Ondas de Choque de Baixa Intensidade
Nas ondas de choque de baixa intensidade, a eficácia terapêutica depende da sua capacidade de transportar energia e se propagar através dos tecidos.
A duração e intensidade das ondas de choque administradas pode variar bastante dependendo da patologia a ser tratada, mas para a disfunção erétil é geralmente da ordem dos 5 a 10 MegaPascal, muito inferior à geralmente usada para a litíase urinária.
A energia associada às ondas de choque provoca microtraumatismo local que causa libertação de fatores de crescimento como o VEGF, o que pode melhorar os parâmetros hemodinâmicos penianos.
Também induz a sobreregulação da sintase do oxido nítrico neuronal e pode estimular o recrutamento e ativação de células estaminais.
Adicionalmente também se observou uma alteração do ratio dos receptors alfa adrenérgicos em favor do alfa 2, o que facilitaria o relaxamento das células musculares lisas e assim a ereção.
Desde o trabalho inicial em 2012 de Vardi que demonstrou a eficácia e segurança desta terapêutica em 20 doentes, vários trabalhos continuam a reportar o outcome desta técnica e esta meta análise de 2017 confirma uma melhoria significativa do IIEF 5, com maior expressão em doentes com DE ligeira a moderada.
Existe uma enorme variabilidade dos aparelhos e sondas utilizadas, bem como dos protocolos de tratamento, o que tem dificultado a realização de estudos convincentes da sua eficácia, o que tem levantado mais questões que respostas em relação a esta modalidade terapêutica.
Após um período de alguma incerteza terapêutica, atualmente há algum consenso na sua utilização, e nas guias de orientação terapêutica da EAU, o uso de ondas de choque de baixa intensidade estará já indicada para doentes com DE vasculogénica ligeira a moderada, como primeira linha ou nos não respondedores aos I PDE5.
Contudo as terapêuticas regenerativas como a terapêutica com células estaminais e PRP, apesar de muito promissoras, ainda necessitam de mais estudo para estabelecer a sua eficácia e segurança.