Medicina Sexual
Disfunção Eréctil​

A disfunção eréctil, conhecida anteriormente por impotência, é definida como a incapacidade persistente em obter e/ou manter uma erecção suficiente para uma relação sexual satisfatória.

É uma doença muito frequente, estimando-se que 48,1% dos portugueses apresentem algum grau de disfunção eréctil.

A sua prevalência é dependente da idade verificando-se também em Portugal que existe em 29%, 50% e 74% nos homens com 40-49 anos, 50-59 anos e 60-69 anos, respectivamente. Apesar de ser uma doença benigna, altera de forma muito significativa a qualidade de vida tanto do doente como da sua parceira.

O estímulo sexual, físico e/ou mental, é responsável por uma resposta integrada do cérebro, nervos, vasos sanguíneos e hormonas que conduz a um relaxamento do músculo liso no interior dos corpos cavernosos, engurgitamento dos mesmos, e através de um mecanismo veno-oclusivo, a obtenção de uma erecção (Fig.1).

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A disfunção eréctil é assim a manifestação de várias patologias ou tratamentos que podem afectar as hormonas, nervos, artérias, e veias envolvidas no processo eréctil. A causa da disfunção eréctil pode ser psicogénica, como o stress marital ou do emprego, ansiedade de performance, problemas financeiros, depressão, entre outros, mas a grande maioria é de causa orgânica (Tabela 1).
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Opções de Tratamento

A disfunção eréctil partilha factores de risco com a doença cardiovascular (por exemplo: a obesidade, sedentarismo, tabagismo, elevação do colesterol e síndrome metabólica), alguns dos quais potencialmente modificáveis. O objectivo do tratamento da disfunção eréctil é, sempre que possível, a correcção da causa. Assim, antes de iniciar tratamento específico deverá ser iniciado um processo de alteração do estilo de vida como a cessação tabágica, e a adopção de uma dieta saudável e de um programa de exercício físico regular.

Quando a suspeita clínica é de uma disfunção eréctil psicogénica os doentes são geralmente orientados para psicoterapia. 
Apesar de poder ser tratada eficazmente, a disfunção eréctil não pode ser curada, com as excepções da disfunção eréctil psicogénica, disfunção eréctil arteriogénica após traumatismo em doentes jovens e causas hormonais.

A primeira linha de tratamento envolve o recurso a fármacos orais como o Sildenafil (Viagra®), Vardenafil (Levitra®) e o Tadalafil (Cialis®). Brevemente teremos disponíveis outros inibidores da fosfodiesterase tipo 5 como o Avanafil. Estes fármacos exercem a sua acção através do relaxamento do músculo liso dentro dos corpos cavernosos o que permite o preenchimento do pénis com sangue. Não causam uma erecção se não houver um estímulo sexual concomitante, e não têm qualquer efeito no desejo sexual ou no orgasmo.

O seu início de acção é entre os 30 e os 60 minutos após a toma, podendo ser mais variável se forem ingeridos logo após as refeições ou após ingestão de álcool. O seu efeito pode durar entre 4 a 8 horas no caso do Sildenafil e Vardenafil, e até 36 horas no caso do Cialis. Têm uma taxa de eficácia que ronda os 70 a 80%, com uma taxa de efeitos adversos baixa. Todos podem causar dores de cabeça, tonturas, azia, rubor facial, e/ou corrimento nasal. Poderão surgir alterações visuais no caso do Sildenafil e dores musculares, principalmente na região lombar, no caso do Tadalafil. Estão estritamente contra-indicados nos doentes que estejam a tomar nitratos, dado o seu efeito aditivo para a baixa de tensão arterial, podendo conduzir a um desfecho fatal.

Existem outras opções de tratamento como o aparelho de vácuo, que consiste num cilindro de plástico que é colocado no pénis e que mantém o pénis rígido por efeito de sucção e pela colocação de um anel constritor na base peniana, e a injecção intracavernosa de medicamentos vasodilatadores como o Alprostadil (Caverject®). 

Como tratamento de última linha temos a colocação de uma prótese peniana.

Existem vários tipos, desde as mais simples com dois cilindros maleáveis inseridos nos corpos cavernosos até à mais complexa insuflável de três componentes, mais fisiológica que permite uma rigidez mais completa e que pode ser desinsuflada. Representa uma cirurgia mais complexa que deverá ser realizada por cirurgiões experientes em cirurgia reconstrutiva, mas que tem elevadas taxas de satisfação, tanto para o doente como para a sua companheira.

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prótese peniana aos 3 meses de pós-operatório
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